quinta-feira, 24 de novembro de 2011

puppies

Os meus vizinhos do andar de baixo devem à inteligência o mesmo que eu devo à fome. Confrontados constantemente com a impossibilidade de possuírem um labrador em casa, devido ao comportamento do mesmo e à falta de condições para garantir o bem-estar do canino, decidiram-se a, num fim-de-semana em que visitaram a família do Norte, oferecer o cão aos familiares. No entanto, no Domingo ao final da tarde, ao chegarem a casa, acompanharam-se de outro animal de quatro patas pequeno e branco que mais tarde se veio a decifrar ser um cão da mesma raça do anterior mas agora na cor branca. Devido à falta de comunicação com a família do andar de baixo, não tive possibilidade de constatar qual a lógica subjacente a esta decisão, pelo que me cinjo à conclusão mais óbvia que é duvidar do quociente intelectual das pessoas envolvidas. No entanto, para garantir a minha imparcialidade, fingirei que acredito que os habitantes do andar inferior são apenas pessoas viciadas em cães bebés e que, ao atingirem a idade adulta, os oferecem a familiares apreciadores de cães adultos, que felizmente os há-de haver. Com isto lembrei-me que as crianças dos três aos cinco anos são engraçadas, pelo que, na condição de permanecer com elas apenas durante esse período de tempo, introduzo-me à maternidade temporária.